Quando pensamos em soluções para combater a violência, muitas pessoas defendem que é preciso desenvolver projetos sociais, mas ressaltam que estes projetos demoram muito para ter resultado. Será verdade?
De fato, resolver problemas sociais graves como o da educação ou da saúde no país pode levar até mais de 20 anos. No entanto, isso não significa que não há o que fazer de imediato para resolver a violência.
Ao contrário do que muitos pensam a polícia já tem informação suficiente sobre onde, em quais dias da semana e em que horários ocorrem os crimes violentos e quem são suas vítimas e atores preferenciais. Os homicídios se concentram à noite, nos finais de semana e na grande maioria dos casos envolvem jovens entre 15 e 24 anos.
Se olharmos cuidadosamente para esses bairros, perceberemos que eles têm muito em comum. Não possuem áreas de lazer nem de cultura, não há espaços públicos com atividades para crianças e adolescentes, faltam creches para que as jovens mães deixem seus filhos, há centenas de bares como única opção de lazer e o Estado de uma forma geral não se mostram presente. A partir deste perfil traçado, é possível diagnosticar os problemas e buscar soluções.
Acreditamos que é fundamental organizar as informações de cada bairro: identificar quais são as ruas mais problemáticas e quais as motivações principais dos crimes. Muitas vezes, não é possível resolver todos os problemas urbanos desses bairros, mas é possível iluminar várias ruas, limpar praças ou criar quadras de esportes. Essas medidas mais simples já diminuirão estupros, reduzirão a venda de drogas em algumas regiões ou contribuirão para evitar que jovens e crianças fiquem vulneráveis aos crimes.
Muito se fala nos programas de redução da violência bem sucedidos das cidades de Nova Iorque ou Boston, mas raramente são lembradas ações fundamentais para o sucesso rápido destes programas, como o “Basquete à meia-noite” e a recuperação de espaços públicos degradados. Soluções simples que tiveram resultados decisivos.
Assim, projetos sociais que ofereçam alternativas para a população jovem podem de fato, e em pouco tempo, reduzir os crimes. Basta elaborar um bom diagnóstico em parceria com a comunidade. Quanto maior for o envolvimento de atores diversos como a polícia, a administração regional e os comerciantes do bairro, por exemplo, mais efetivo será o programa e mais rápido poderíamos estar salvos desta onde de violência avassaladora que toma conta de todos nós.
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