Em 1972 um busto seu é colocado na praça Tubal Vilela – é o primeiro aniversário que ele passa na cidade depois de anos de ausência. Em 93, quinze dias antes da sua morte, o cine Vera Cruz é rebatizado de Teatro Grande Otelo. Em seu cortejo fúnebre, a imprensa local e nacional o apresenta como herói, e sua trajetória é recontada para que seja construída uma versão do menino pobre e negro que triunfou. Depois disso vira nome de rua, de creche e até de uma medalha, instituída em 1994.
Mas nem sempre foi assim que a sociedade local olhou para Sebastião Prata, conforme nos conta Tadeu Pereira dos Santos, em sua dissertação de mestrado junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia, que ele defende na próxima sexta-feira.
Na busca em compreender a sociedade local e sua relação com Grande Otelo ao longo de 90 anos, o estudante, nascido em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, pesquisa o assunto desde 2002. “Já nem sei mais quantos feriados de finados passei entrevistando pessoas que visitavam o túmulo de Grande Otelo”, conta Tadeu.
A dissertação é dividida em três capítulos: construção da memória de Grande Otelo, racismos e irreverências, e de Grande Otelo ao cidadão uberlandense Sebastião Prata – construindo o imaginário