quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A verdadeira televisão de realidade não é o que você pensa

Te cuida Rivotril. No mundo da atenção dividida, da velocidade estonteante e da angústia com a pressa, a nova tendência se chama Slow TV (TV lenta). Informa o “New York Post” que, mês passado, 1,3 milhões de noruegueses — 25% da população de 5 milhões de habitantes — assistiram a atrações como 13 horas de tricô em alta velocidade. Criada pelo canal público norueguês NRK2 em 2009, a Slow TV tem programação produzida pela cobertura ao vivo contínua de câmeras fixas em um determinado tema ou evento. Pode ser uma viagem de sete horas e meia de trem, um cruzeiro marítimo de 134 horas, 12 horas de uma fogueira queimando e 18 horas de pescaria de salmão. Não o momento da captura, mas as três ou quatro horas antes de o primeiro peixe morder a isca.
Agora, os produtores estão apostando que os americanos ficarão tão hipnotizados quanto os noruegueses. Mês passado, a LMNO Productions adquiriu os direitos do formato para os Estados Unidos. Segundo Lori Rothschild Ansaldi, da LMNO, “ele te permite sentar e relaxar. Não de forma entediante mas de um jeito diferente. Te deixa respirar”.
Se a SlowTV é paradona na tela, ela virou uma plataforma interativa na Noruega já que tornou possível rastrear a viagem de cinco dias de um navio. Através das redes sociais, houve uma grande convocação para que os telespectadores fossem para a costa, entrar na mira das câmeras do NRK2 instaladas a bordo. Com isso, essas pessoas tiveram seus 15 minutos de fama — até a rainha da Noruega quis aparecer e foi acenar para o barco. “O canal é diferente de todo o resto da televisão. Acho que isso por si só explica sua popularidade”, diz Rune Møklebust, diretor de programação. “Aparentemente, as pessoas amam assistir a uma viagem ou a um processo em sua duração original. Não é editado. É a realidade na TV”.
By Patricia Kogut