quarta-feira, 10 de julho de 2013

Autoritarismo

Desde 1985 que o Brasil não se aproxima tanto de um regime totalitário. De um lado, temos um governo cujas atitudes sugerem o desejo de se estabelecer uma ditadura de esquerda no país, o que pode acabar gerando uma reação, que é o retorno de uma ditadura de direita. 
A questão é que, possivelmente, nunca tivemos um governo que desconhecesse tanto suas áreas de atuação como o atual. Como exemplo, a última notícia sobre o plano pretendido pelo Executivo Federal para aumentar o número de médicos no país, além de explicitar o desconhecimento do real problema de saúde no Brasil, sugere o total desnorteamento do governo brasileiro atual.
Vamos aos fatos: 
- a presidenta acaba de criar a profissão de 'semi-médico', isto é, alguém que receberá uma autorização temporária para a prática da medicina sem ter o diploma definitivo e seu registro junto à entidade de classe.
- obrigar o estudante de medicina a trabalhar no SUS fere a liberdade de escolha do cidadão e ainda cria um precedente para que amanhã o formando em engenharia, em direito, em odontologia, em psicologia, etc, tenha que trabalhar compulsoriamente para o governo, se quiser a liberação de seu diploma.
- uma vez que o Brasil ainda é um país onde as pessoas têm a liberdade de ir e vir, constitucionalmente você não pode obrigar que até mesmo um médico estrangeiro (depois de ter autorizadas a sua entrada e permanência no país, bem como o exercício de sua atividade profissional) fique 'preso' a um local. Se ele recebeu autorização para exercer medicina no Brasil, passa a ser médico como qualquer outro e com direito de transitar no país livremente enquanto durar seu visto de permanência. Além disso, será preciso estabelecer um contrato de trabalho para que o indivíduo atue pelo SUS e contratos de trabalho podem ser rescindidos pelas partes. Se o estrangeiro estiver insatisfeito com a total ausência de condições de trabalho que certamente irá encontrar, poderá não só rescindir seu contrato, como ainda pode alegar impossibilidade de exercício profissional correto mediante o que existe em determinadas áreas do país (não somente no interior, mas em muitas capitais).
- por fim, o principal: o aumento do número de médicos será acompanhado do aumento do número de leitos de internação, de exames complementares, de consultas especializadas, dentre tantas outras coisas? O 'semi-médico' lá do começo da mensagem terá condições e conhecimento técnico para realizar uma cirurgia de apendicite, caso se depare com tal diagnóstico? Terá garantida a realização de uma endoscopia, um ultrassom, uma tomografia, quando julgar que são exames necessários para fazer um diagnóstico?
Os problemas existentes em nosso país, associados às 'soluções' que são propostas para os mesmos, apenas reiteram que é preocupante a atual situação do Brasil