domingo, 24 de março de 2013

O que queremos?


Nós precisamos ser as mudanças que queremos ter
(Mahatma Ghandi)

Educação para Sustentabilidade

É comum ouvirmos dizer que as preocupações com as questões ambientais só são válidas em sociedades que já resolveram seus problemas básicos de moradia, saúde, educação, trabalho, pobreza. Em países em desenvolvimento, há questões mais sérias com que se preocupar do que fauna e flora...
Esta visão do meio ambiente como um cenário, uma paisagem que a gente cuida quando houver tempo e recurso, nos é bem familiar aqui no Brasil
Ainda persiste em diversos segmentos da sociedade brasileira a visão da defesa do meio ambiente como entrave ao progresso, à criação de novos empregos, ao crescimento das exportações, ao desenvolvimento do país.
Se analisarmos com cuidado os fatos, perceberemos que as duas visões, do ambiente como cenário e de seus defensores como antidesenvolvimentistas, estão fundamentadas na falta de conhecimento ecológico, na pouca compreensão do funcionamento da natureza e do equilíbrio ecológico como fundamental para a manutenção da Teia da Vida.
A palavra ecologia, vem do grego óikos que significa casa, lar; ecologia, portanto, é a ciência da administração do Lar-Terra, da Pacha-Mama, grande mãe, como nosso planeta era designado nas culturas andinas, ou de Gaia, organismo vivo, como era chamado na mitologia grega e também o é na moderna cosmologia.
Um grande desafio está posto, talvez o maior já enfrentado pela humanidade. Em escala sem precedentes, o equilíbrio que rege o funcionamento da natureza há bilhões de anos e que garante a sustentabilidade da vida na Terra vem sendo seriamente ameaçado pelo modelo civilizatório adotado pelos humanos, em especial no ocidente e nos últimos séculos.
A sociedade em que vivemos não é sustentável e faz cada um de nós sujeito e vítima das conseqüências perversas deste modelo. Vivemos problemas sociais e ambientais graves, como o aumento das desigualdades sociais e da pobreza; a insegurança coletiva, as guerras e a violência urbana; problemas como a desertificação, a perda de solos cultiváveis e da biodiversidade; a poluição das águas e do ar; o aquecimento global e as mudanças climáticas.
A ciência nos mostra que o crescente impacto que causamos sobre a Terra nos torna uma ameaça a nós mesmos.
Podemos reverter esta situação? Sim, podemos escolher transformar a nossa sociedade em uma sociedade sustentável. Na realidade, por toda parte emergem estudos e projetos, seja na área social, ambiental, econômica, cultural, que apontam para o uso de tecnologias limpas, renováveis, ecoeficientes, e para formas mais justas de se relacionar em sociedade. Porém, apesar destes conceitos terem avançado e se popularizado nas últimas décadas, as ações práticas ainda são tímidas, limitadas e insuficientes perante a grandeza dos desafios que estamos enfrentando.
Um dos maiores obstáculos ainda a ser transposto é a necessidade de mudanças em nossa forma de pensar e agir. Temos que estar dispostos a mudar apesar das dificuldades que se colocam neste processo, não nos deixando dominar pela sensação de impotência ou de comodismo. Afinal é a nossa vida e de nossos descendentes que está em jogo.