domingo, 16 de janeiro de 2011
A miséria Humana
O homem é habitualmente apontado como o rei da Criação. Ele sobrepuja o restante dos habitantes do planeta. Animais muito fortes e perigosos são domados e vencidos pelo engenho humano. Inteligente e dotado de múltiplos talentos, o homem moderno constitui o ápice de uma longa jornada evolutiva. Uma retrospectiva histórica revela o quanto a raça humana se aprimorou no curso dos séculos. Doenças que no passado dizimaram populações inteiras, hoje não mais assustam. Meios relativamente modernos de comunicação, como Rádio, TV e Internet, revolucionam os costumes. Mas os recursos da modernidade são freqüentemente mal utilizados. Na TV, preponderam programas com conteúdo vulgar e sensacionalista. A violência e a sexualidade desregrada são endeusadas em filmes e novelas. São freqüentes as notícias sobre corrupção e crueldades. A rigor, permanece angustiante o estágio moral da Humanidade. As enfermidades e as dores são inerentes à vida material. Todo corpo humano mais cedo ou mais tarde se desgasta e se extingue. A ciência avança e torna menos atrozes as dores, mas não logrará converter em imortal nenhum organismo material. É compreensível a tristeza que suscita a morte de alguém querido. Mas isso está de acordo com as leis da natureza e em geral não causa escândalo. O que realmente gera tristeza são as crueldades e baixezas que os seres humanos freqüentemente se permitem. Quem poderá aquilatar a desolação de um pai ao saber que seu filho tornou-se criminoso? Assim, embora a evolução intelectual e científica dos últimos tempos, a Humanidade continua miserável em muitos aspectos. A genuína nobreza é bastante rara. Bondade, generosidade e pureza são características bem pouco usuais. A ampla maioria dos homens chafurda em vícios e paixões. Preocupados com seus gozos e interesses, pouco se importam com os estragos que causam na vida do próximo. Não falta quem afirme que a raça humana desmente a bondade de Deus. Se Deus é infinitamente bondoso, tudo pode e sabe, por que fez o homem tão miserável, sob o prisma moral? Contudo, é preciso ter em mente que a Humanidade toda não se acha representada na Terra. Não é possível aferir o caráter de um povo a partir da população de uma penitenciária. A análise da saúde de uma comunidade também não pode ser aquilatada a partir dos internados em um hospital. Quem fizesse tal análise, concluiria que todos os habitantes do país são doentes ou criminosos. O mesmo ocorre quando se toma por padrão a conduta dos habitantes da Terra em relação à totalidade da Criação. Os Espíritos ensinam serem infinitos os mundos habitados. A Terra é dos mundos menos evoluídos e por isso constitui morada de seres moralmente atrasados. Ela funciona à semelhança de um hospital e de um presídio e abriga Espíritos rebeldes e viciosos. Os seres altamente moralizados que, por vezes, aqui aportam estão em missão, à semelhança de médicos em um hospital. Quem consegue libertar-se de vícios e paixões e se acerta com as Leis Divinas segue para mundos de paz e regeneração. Saiba que está em suas mãos conquistar sua libertação. Dedique-se a domar seu egoísmo e suas paixões. Experimente a ventura de agir com honestidade, pureza e bondade e incorpore esse modo de vida em seu caráter. A Justiça Divina é infalível e logo o conduzirá a locais compatíveis com a sua realidade íntima. Então, você mudará de idéia a respeito da miséria humana. Compreenderá que ela é como uma enfermidade. Causa algumas dores, mas passa, quando corajosamente combatida.